É comum nos referirmos aos cães desconhecidos como machos antes de sabermos o sexo deles. O mesmo acontece com os gatos, que costumam ser chamados no feminino antes que saibamos se é, de fato, um macho ou uma fêmea. Por que isso acontece?
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De acordo com especialistas em psicologia social, isso é resultado de estereótipos. Os estereótipos são crenças generalizadas sobre uma determinada categoria de pessoas. Por exemplo, a ideia de que engenheiros e matemáticos são sempre homens, enquanto enfermeiras e professoras do ensino fundamental são todas mulheres.
Tais generalizações sobre grupos específicos de indivíduos podem estar corretas com mais frequência do que erradas e, portanto, podem ser úteis na tomada de decisões rápidas. O problema é que podem ser erróneos quando aplicados a indivíduos específicos e, por vezes, isto pode ter consequências negativas.
Para entender o motivo das pessoas se referirem aos cães como machos e aos gatos como fêmeas, Frank Taylor, da Universidade de Edinboro, na Pensilvânia, explicou que uma das maneiras mais efetivas pelas quais é possível explorar o pensamento estereotipado é observar como os indivíduos são representados nos livros infantis.
Em um estudo de 200 livros infantis conduzido por pesquisadores do Presbyterian College, na Carolina do Sul, demonstrou que os papéis de gênero eram aplicados a praticamente tudo nos livros infantis, incluindo objetos inanimados antropomorfizados.
Usando uma série de filtros, incluindo que o livro tinha que ter um único personagem principal, sendo ele um cachorro ou um gato, e excluindo livros que não tinham um enredo e livros com vários cães ou gatos, os pesquisadores digitalizaram o máximo de texto necessário para determinar o sexo do gato ou do cachorro, como pronomes ele/dele ou ela/dela ou um nome tipicamente feminino ou masculino.
Houve alguns casos em que foi impossível determinar o sexo do personagem que poderia ser consistentemente referido como “o cachorrinho” ou “o gatinho”, e estes foram anotados usando uma categoria separada nos dados.
Foram pontuados 274 livros, com 110 cães, 150 gatos e 14 pares formados por um cachorro e um gato. Os dados mostram que a representação dos cães é significativamente tendenciosa em relação aos homens (86%). As cadelas representam apenas 11% dos personagens e um apenas 3% não têm gênero indicado.
Já com os gatos, a situação é muito mais equilibrada, com 47 por cento dos personagens representados como machos e 36 por cento representados como fêmeas. No geral, os resultados demonstram que há, de fato, uma tendência geral em representar personagens caninos como machos, e essa tendência não é tão forte quando se trata de gatos.